Indigo

Eu amo a chuva que precipita dos seios do céu
É calma e abala as desestruturas do caos
Quem me dera ser tão sereno quanto esse olhar índigo
Que carrego sob o castanho de minhas meninas
E quando regresso para mim mesmo
O que vejo é vertigem e aquele velho alvo
O meu fatalismo não é tão egoísta ou irresponsável
Egoísmo é essa minha vontade de amor literal
Essa necessidade de tomar as dores
De perder os controles
E salvar minhas feridas de novos amores
Minhas palavras prendem-se a garganta
Em um timbre fraco e ermitão
Depois de dar tanto pano à manga
A verdade sai nua

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