Paz é só mais uma destas palavras mortas e cruas
Que tanto faz, se agora doer ou chover de mansinho.
Se a vida não é mais a mesma
As mesmas coisas não ficarão lá trás
As mesmas mortes sujando as ruas com sangue nos jornais
Paz na terra, por que os homens são todos iguais
Todos matam uns aos outros, uns por pouco e outros por mais
Todos se matam ao notar que a guerra é produto da paz
Sentem medo do que é certo errado e o que não se faz
Procuram erros nos outros para poderem errar mais
Ferem a vida com armas de fogo sagrado, santo e sacro
Que mal cicatriza suas feridas, esperam conseguir alguém do seu lado
Alguma certeza do depois, esquecem de viver vivendo isolados
E erram temendo o por vir, por medo de errar e não serem perdoados
Privam-se do sabor doce da língua o amargo, sentindo o prazer sendo sempre roubado
Fazem o bem esperando algo em troca, pedem abrigo a certeza inerte à porta
E se camuflam em qualquer lógica, tendo a razão como propósito e o padrão como proposta
Carneiros em peles de lobo cada um, um ser único e igual como o todo por utopia ideológica
Esquecem de quem são ou quem deveria ser, esquecem de não tratar o eu como se fosse você
Deixam de lado a beleza das coisas como se o resto desse sentido a viver…