O fantasma dos olhos cansados

É assim que o silêncio quando frio ecoa
Doa a quem doer, como quer que ele doa
Esse vazio que pesa nos olhos
Esse eco mudo é uma insônia
Tentar manter vivo o corpo
Enquanto o sono o faz de peso morto
Luz acesa olhos vertiginosos
Luz apagada olhos acessos como vagalumes vagarosos
Sob a luz do sol me sinto fadado
Até mesmo os mortos pareceriam mais vivificados
Mas de noite há um verdadeiro sol em minha mente
E me sinto tão acordado
Três horas de morte por dia
É o suficiente para ser mal humorado
É justo não se ter sonhado
A menos que se pense estar acordado
Enquanto alguém dorme de verdade
Todo esse tempo imaginário
Toda essa vida em que se é sonhado
Todo esse erro em que se vive ao contrario
Não quero remédio pra dormir
Nem mentiras para ser acordado
Não quero sair desses olhos
Nos quais nunca deveria ter entrado
Não quero deixar de ter motivo
Para ser pensado, para me manter acordado
Pra sonhar as coisas que darão errado
Enquanto meu sono não pode ser velado
Enquanto meu sonho não pode ser perpetuado…

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